Nesses dias em que cresce o debate sobre combate à homofobia, cristãos devem tomar duas posturas contundentes. A primeira é reconhecer o direito à integridade física, psíquica e espiritual das pessoas.
Violência gratuita, de qualquer ordem, é algo inconcebível para os que seguem o Evangelho. Atos de intolerância contra o público LGBTQIA+ são, portanto, pecado. A segunda posição é que não podemos desconsiderar a verdade sobre pecado e a salvação. Biblicamente, não se deve divorciar a misericórdia da justiça.
O apóstolo Paulo, em 1 Tessalonicenses 4, coloca esse aspecto da vida como parte da "maneira como [cristãos] devem viver e agradar a Deus" (v. 1). Assim sendo, a ética sexual é um assunto que importa para a fé.
Sexualidade já era um tema acalorado na antiguidade. Gregos e romanos, contemporâneos de judeus e cristãos, tinham visões sobre sexo incompatíveis com os valores de monogamia e heterossexualidade. Dessa forma, a conversão de uma pessoa nessas culturas implicava em uma mudança de pensamento e atitudes sobre sexo.
Foi nesse sentido que Paulo, inspirado, disse: “Pois a vontade de Deus é a santificação de vocês: que se abstenham da imoralidade sexual; que cada um de vocês saiba controlar o seu próprio corpo em santificação e honra, não com desejos imorais, como os gentios que não conhecem a Deus” (4:3-5).
Hoje, a ideia de autenticidade está em praticar aquilo que convém, em entregar-se ao que satisfaz a própria vontade. Entretanto, o pensamento cristão deve ser outro. Não nos bastamos em nós mesmos. Nossos valores e princípios são derivados do Eterno. Estamos submetidos a padrões divinos que estão além de nossa própria vontade.
Devemos distribuir amor sem acepção de pessoas, mas nunca podemos nos esquecer de que “quem rejeita estas coisas [a moral sexual] não rejeita uma pessoa, mas rejeita Deus" (v. 8). Amor e justiça; lei e graça; verdade e misericórdia. O que Deus uniu, não separe o homem.
Davi Boechat