Por que podemos sempre confiar em nosso Deus
Este era um território desconhecido para eles. Maria e José estavam noivos, mas não eram casados, e definitivamente não era o momento certo para uma gravidez. O fato é que Deus nem sempre explica seu tempo, mas Ele sempre promete Sua presença . Quando José soube que Maria estava grávida, ele definitivamente sabia que não era o pai e optou por se divorciar dela secretamente (naquela época era necessário o divórcio para romper o noivado). Enquanto ele lutava com sua decisão, um anjo do Senhor apareceu e o chamou para acreditar além do que ele podia ver. Este era definitivamente um território desconhecido para ambos. Maria estava grávida do Espírito Santo, o que nunca havia acontecido antes e nunca aconteceria novamente. Eles estavam enfrentando o desconhecido e tinham que confiar que Deus estava com eles e os guiaria através disso.
O básico
Ao revisarmos a história do Natal de como Deus se tornou carne e veio para nos salvar, percebemos que os pais de Jesus tiveram que confiar, como nós, na fidelidade, proteção, propósito e orientação de Deus. Dois mil anos depois, ainda precisamos confiar que Deus é fiel e cumpre Suas promessas, que Ele está orquestrando Seus propósitos redentores nos bastidores, mesmo quando não os entendemos totalmente, e que Ele ainda nos guia quando enfrentamos o desconhecido. José e Maria nunca haviam trilhado esse caminho antes; eles precisavam de Deus para guiá-los e se comunicar com eles de uma maneira que pudessem entender. Por milhares de anos o povo de Deus esperou que Deus cumprisse Sua promessa de enviar o Messias, o Ungido, o Redentor. E agora chegou a hora, mas tudo parecia tão diferente do que eles esperavam.
Antes de continuarmos, deixe-me compartilhar com vocês algo sobre Mateus, o evangelista. Ele organiza seu material com muito cuidado para causar um impacto mais eficaz no leitor. Cinco era um número importante que carregava um simbolismo significativo para os judeus porque a Lei de Moisés tinha cinco livros. Mateus retrata Jesus como o novo Moisés e organiza seu material em seu Evangelho em grupos de cinco; nós os chamamos de cinco discursos. Da mesma forma, ele divide a infância de Jesus em cinco episódios, construindo cada um deles em torno de uma profecia do Antigo Testamento: o nascimento de Jesus, os Magos, a fuga para o Egito, Herodes massacrando os bebês em Belém e Jesus crescendo em Nazaré. Nessa narrativa da infância quíntupla, Deus é visto no controle absoluto. Ele dirige e orienta cada movimento de José, Maria e Jesus, até mesmo enviando Seu anjo, às vezes em sonhos.
Entrando na história
Agora, de volta à nossa história. O primeiro dos cinco episódios é o nascimento real de Jesus. Mateus 1:20 nos informa que um anjo do Senhor apareceu a José em um sonho quando ele estava pensando em se divorciar de Maria depois que ele descobriu que ela estava grávida.
Não consigo nem imaginar como tudo isso deve ter sido confuso para ele, mas mesmo assim ele se submeteu ao ponto de vista de Deus, rendendo-se à revelação de Deus, embora provavelmente não pudesse entender muito do que estava acontecendo. O anjo anunciou que Maria teria um filho, e Seu nome seria Jesus , que significa “Yahweh (o Senhor) salva” (ver versículo 21).
Nos próximos dois versículos (22, 23) encontramos a primeira fórmula profética de Mateus , na qual ele conecta sua narrativa com uma citação do Antigo Testamento: “Agora tudo isso aconteceu para que o que foi falado pelo Senhor por meio do profeta seja cumprido: 'Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão de Emanuel', que traduzido significa 'Deus conosco' ”(NASB). * Esta citação vem de Isaías 7:14 , onde Acaz, rei de Judá, também passa por uma situação difícil, enfrentando um futuro desconhecido.
Deixe-me explicar.
Os reis de Israel e Aram estão vindo contra Judá, e Acaz e seu povo estão aterrorizados (ver Isaías 7: 2 ). O Senhor envia Isaías a Acaz para cumprir a promessa da Sua presença, para o encorajar a não temer e para lhe oferecer um sinal. Mas Acaz se recusa a aceitar a ajuda do Senhor porque prefere fazer uma aliança com uma potência militar em vez de depender da presença de Deus. Mesmo assim, Deus decide dar um sinal a Acaz para que ele nunca se esqueça de que Deus lhe ofereceu Sua ajuda, conforto e presença: uma donzela teria um filho e o chamaria de Emanuel, que significa “Deus está conosco ! ” Mateus afirma que essa profecia foi finalmente cumprida em Jesus, e eu acredito nisso de todo o meu coração. Em tempos de incerteza, cada parte desta frase deve nos encher de segurança:Deus está conosco. Deus está conosco. Deus está com nós. Deus está conosco. Surpreendente! Em tempos como estes, todos precisamos desta mensagem de Natal. Em tempos de incerteza, ao enfrentar desafios sem precedentes, precisamos da consciência de Sua presença conosco.
Mas espere, tem mais!
O anjo disse a Joseph que o nome do bebê seria Jesus, porque Ele salvaria Seu povo de seus pecados. Jesus, Deus conosco , veio morrer em nosso lugar na cruz para que tivéssemos a vida eterna. Este é o clímax da presença de Deus. Você pode imaginar? Immanuel está pendurado na cruz. Deus conosco clama: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” ( Mat. 27:46). Immanuel sentiu o abandono para que você nunca precise. Nenhum de nós, mesmo nas mais terríveis circunstâncias, jamais terá que proferir essas palavras! Jesus carregou nossos pecados para que nunca sejamos abandonados por Deus. Nunca! Deus conosco é uma realidade sempre presente até o fim do mundo.
E quando você começa a pensar que a promessa da presença de Deus não se aplica a você porque é apenas para pessoas como José e Maria, que eram descendentes justos de Davi e parte do povo escolhido de Deus, Mateus nos surpreende com o segundo das cinco narrativas da infância em seu Evangelho. É a história emocionante da orientação de Deus dos Magos do Oriente, uma história registrada apenas por Mateus. Os magos eram uma casta sacerdotal de astrólogos e mágicos da Pérsia ou da Babilônia, geralmente conselheiros de confiança do rei (ver Dan. 1; 2). Eles chegaram a Jerusalém, a capital judaica, fazendo uma pergunta muito contundente: “'Onde está Aquele que nasceu Rei dos Judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo '”(Mat. 2: 2) Mas, em vez de encontrar uma nação que se alegra com a chegada de um novo rei, eles encontram o rei Herodes e toda Jerusalém perturbada (versículo 3). Que paradoxo! Esses magos gentios vieram adorar, mas Jerusalém estava preocupada.
Aqui está um fato interessante sobre o título “Rei dos Judeus”, que os Magos usaram para Jesus. É encontrado novamente apenas no final do Evangelho de Mateus, quando Jesus é condenado e morto. Este título, falado apenas por não-judeus neste Evangelho, é a acusação legal colocada na cruz: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus” (ver Mateus 27:37). Nesta narrativa da infância já encontramos um prenúncio da cruz.
De volta aos Magos: você pode imaginar como eles estão se sentindo? Perdido? Temeroso? Sem respostas? Como eles poderiam encontrar seu caminho? Este era definitivamente um território desconhecido, pois eles nunca haviam trilhado esse caminho antes. Herodes perguntou aos principais sacerdotes e escribas onde o Messias deveria nascer (Mt 2: 4), pois ele sabia a que tipo de rei os magos estavam se referindo. Os líderes religiosos responderam: “Em Belém da Judéia”, e Mateus comenta: “Assim foi escrito pelo profeta: 'E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menos entre os líderes de Judá; pois de ti sairá um governante que pastoreará o meu povo Israel '”(versículos 5, 6, NASB). * Esta citação funde uma profecia de Miquéias 5: 2 , dada sete séculos antes, com uma passagem davídica encontrada em2 Samuel 5: 2-6 .
Você pode acreditar que centenas de anos antes, Deus já sabia o lugar exato onde Jesus nasceria? Estou tão confortado e seguro pela presciência de Deus e controle sobre minha vida, não é?
Herodes secretamente estendeu a mão aos magos e fingiu estar interessado em adorar Jesus (Mt 2: 7 , 8 ), mas Deus avisou os magos em um sonho para não voltarem a Herodes, e eles nunca mais o viram. Mas antes disso, o que os Magos poderiam fazer? Eles estavam enganados? Eles teriam que voltar? E foi então que viram a estrela novamente! E “eles se regozijaram com grande alegria” (versículo 10). Sim! Deus os estava guiando, porque Deus estava com eles! Ele era o immanuel mesmo para aqueles que não se qualificavam aos olhos das pessoas religiosas da época. Chegaram ao local onde viram o Menino Jesus com sua mãe e “prostraram-se e o adoraram” (versículo 11). Eles abriram seus presentes de ouro, olíbano e mirra. E estou surpreso de que, por meio desses dons, Deus providenciou para José, Maria e Jesus durante sua estada no Egito. Deus estava no controle e cuidou de sua provisão em todos os detalhes durante aquele período de “incógnitas” para a família de Jesus. Ele também guiou os Magos de uma forma que eles pudessem entender. Não é incrível? Você não acha que Emanuel também o guiará em seus períodos de incerteza e confusão?
A história do Natal nos lembra que a presença de Deus está sempre conosco. Esta é a mensagem que Mateus coloca, como suportes de livro , no início e no final do seu Evangelho. Ele começa sua narrativa com "Emanuel", "Deus conosco", e termina seu Evangelho com Jesus anunciando: "Estou sempre convosco, até o fim dos tempos" (Mt 28:20) Esta é a promessa de Deus para nós em momentos como estes: Ele nunca nos deixará. Aquele que sofreu na cruz por nós permanecerá conosco até o último dia deste mundo. Você nunca, jamais, estará sozinho, esteja recebendo más notícias inesperadas, ou passando por uma época de sofrimento, ou se encontrando no meio de uma pandemia global. A Bíblia inteira, do começo ao fim, fala sobre o plano de redenção que Deus planejou para nossa salvação para que Ele pudesse estar conosco para sempre, assim como Ele havia imaginado quando nos criou à Sua imagem. Quando os humanos fugiram Dele, Deus se recusou a deixá-los. Ele estava determinado a não passar pela eternidade sem nós.
Que a promessa da presença e orientação de Deus seja sua durante a época do Natal e todos os dias de sua vida, até que vejamos Emanuel face a face quando Ele vier para nos levar para casa (Mt 24: 29-31). E se você alguma vez se encontrar lutando em um território desconhecido, lembre-se de Suas palavras: “Eu estou sempre com você , até o fim dos tempos ” (Mt 28:20). Sim, estamos em Suas garras e Ele não nos deixará ir.
* As citações das escrituras marcadas com NASB são da New American Standard Bible, copyright © 1960, 1971, 1977, 1995, 2020 da The Lockman Foundation. Todos os direitos reservados.
Elizabeth Viera Talbot é palestrante / diretora do Jesus 101 Biblical Institute, um ministério de mídia da Divisão Norte-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia - www.Jesus101.tv.
Fonte: https://www.adventistreview.org/2112-18
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