Educando na medida certa


Muitas vezes, ouço dizer que pais que criam os filhos mais "largados" tem filhos com mais vontade de frequentar as igrejas, ficam firmes nos caminhos de Deus...Será mesmo? 


Aqui nas igrejas que tenho frequentado, tenho visto o oposto: pais que criam os filhos muito "livres" acabam por ensinar uma religião não baseada nos evangelhos, mas, no desejo de agradar aos filhos, e estes que permanecem na igreja, acabam com comportamentos que são, muitas vezes, piores que se nunca tivessem ido à igreja. 


A rigidez exagerada também acaba amedrontando e afastando, concordo, mas dentre os adultos que conheço que permanecem nos princípios da igreja, boa parte teve uma educação mais rígida, no entanto, mais equilibrada (os pais evitavam bater, gritar, ofender-principalmente se perto de outras pessoas...ou seja, eram rígidos, mas não ofensivos). 


Quanto mais a educação espiritual se aproximar do que a maioria ensina, mais "fácil' será manter os filhos na igreja, principalmente em igrejas em que o liberalismo parece estar muito forte. Quanto mais nos ocuparmos em mostrar que o cristianismo envolve renúncias, mais difícil será a educação, pois exigirá mais disciplina, mais cuidado com as palavras e atos ao educar e testemunhar...mas tanto eu como outros amigos que tenho, somos gratos a Deus por aprendermos a ser amigo de todos sem necessariamente aprovar nossos erros e os deles. 


A pré e a adolescência são períodos realmente complexos, mas dificilmente vejo entre crianças que foram criados muito "soltos" um senso de evangelismo mais focado na Bíblia: o que geralmente vejo são pregações e estudos muito emotivos, com muitas músicas regadas a repetições...Sempre respeitei e respeito quem se sente fortalecido com isso, mas me pergunto até que ponto o evangelho pode ser regado assim? Porém, é como penso, e não uma imposição. 


Sentir-se à margem é algo realmente triste, os líderes e profetas antigos que o digam. O próprio Jesus é retratado sempre ensinando, pregando, curando...Eu, particularmente, busco educar minhas filhas em um ambiente acolhedor, todavia, com limites bem definidos. Nunca deixei correrem dentro das igrejas, nem conversar durante o culto...após o culto, deixo conversarem com as amigas, deixo participarem de eventos como "noite do pijama", correr e brincar com amiguinhos e amiguinhas, mas também exijo que estudem a Bíblia e os estudos seculares, mas alternando momentos de descanso, diversão, e outras coisas. 


Dentre os muito rígidos, por assim dizer, tenho percebido que a falta de embasamento é o que prejudica: não basta dizer aos filhos que algo não pode ser feito, temos que explicar os motivos (o porquê não podemos correr ou conversar na igreja, durante o culto, principalmente: o silêncio nos ajuda a prestar mais atenção, a refletir melhor...treinar a disciplina do corpo para saber o momento certo de brincar, estudar...isto nos ajuda a nos controlar melhor diante dos problemas, adversidades, tristezas, alegrias...). 


Termos momento certo para dormir para ter mais saúde, melhor desenvolvimento do corpo e mente...Ter um dia separado e diferenciado para meditarmos na Palavra, visitar, contemplar a natureza, tem caráter de adoração, caráter humanitário (entender que todos precisamos descansar e poder refletir sobre nossas vidas, nos livrar da correria que o dia-a-dia nos tenta impor...). Repetir ato gera costumes, hábitos...e desenvolve nosso caráter e personalidade. 


Feliz preparação e Sábado. Maranata!

Por Marcelo Ribeiro Martins Ramos

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