A finalidade de cada uma das ofertas, além de seus peculiares significados, era a verdadeira adoração. Os sacrifícios e ofertas de manjares motivavam os filhos de Israel a perseverar e crescer em seu conhecimento acerca de quem era Deus e o que Ele representava em suas vidas. Todos eles apontavam para o Emanuel, Deus conosco, que viria para dar cumprimento a todos aqueles símbolos. Era desejo do Senhor que cada adorador percebesse a grandiosidade da mensagem e permitisse que ela tomasse conta de seu coração. Era uma mensagem grandiosa, mas, ao mesmo tempo, simples de ser compreendida. Todos, ricos e pobres, leigos e versados, eram convidados ao pátio do tabernáculo para de lá saírem igualmente doutos no amor de Deus.
O Senhor estabeleceu leis para reger o holocausto e as ofertas. Cada ritual precisava obedecer os critérios estabelecidos por Ele. Não poderia haver concessões nas cerimônias. Tudo precisava acontecer exatamente como Deus instituiu. E quando observamos os detalhes percebemos que neles podemos extrair lições de grande valor espiritual. Vimos que as ofertas pacíficas podiam ser oferecidas por três razões específicas: “por ação de graças” (v.13), pelo cumprimento de um voto ou voluntariamente. Se ela fosse oferecida por motivo de gratidão, nada dela poderia ser deixado até pela manhã (v.15). Ela precisava ser consumida no mesmo dia, não servia mais para o dia seguinte. A nossa oferta de gratidão a Deus deve ser realizada diariamente. Todos os dias o Senhor espera ansioso que Lhe entreguemos o coração “por ação de graças”. A nossa gratidão de ontem não serve para hoje, e a de hoje não serve para amanhã. A verdadeira adoração requer de nós uma oferta diária de gratidão.
Mas se a oferta pacífica fosse “voto ou oferta voluntária” (v.16), poderia ser consumida no mesmo dia e no dia seguinte, mas, jamais, no terceiro dia; “se comer ao terceiro dia, aquele que a ofereceu não será aceito, nem lhe será atribuído o sacrifício; coisa abominável será, e a pessoa que dela comer levará a sua iniquidade” (v.18). O sacrifício de Cristo foi o cumprimento do voto de Deus à humanidade e a suprema oferta voluntária, que, ao terceiro dia, deixou de ser sacrifício para ressurgir como “as primícias dos que dormem” (1Co.15:20). Essas ofertas simbolizavam a vitória de Cristo sobre a morte e a gloriosa promessa de sermos participantes com Ele em Sua vitória.
Precisamos conservar em nossa mente os princípios do Reino dos Céus. Todos eles estão contidos nas Escrituras. Temos acesso a eles quando dedicamos tempo de qualidade ao estudo da Bíblia em espírito de oração. Nunca teremos um coração verdadeiramente grato para ofertar ao Senhor enquanto não permitirmos que ele esteja posto, a cada dia, nas mãos do Oleiro. Creio que estamos vivendo um período de pré-angústia que antecede o tempo de grande angústia “qual nunca houve” (Dn.12:1). Um período em que o Espírito Santo está derramando as últimas gotas temporãs e preparando um povo que, qual ação de graças, revelará ao mundo o poder da derradeira chuva. “Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão” (Dn.12:10).
Que você e eu façamos parte da última oferta de gratidão a Deus, que já tem dia e hora marcados para acontecer. “Oferece a Deus sacrifício de ações de graças e cumpre os teus votos para com o Altíssimo; invoca-Me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu Me glorificarás” (Sl.50:14-15).
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6 Todo varão entre os sacerdotes a comerá: no lugar santo a comerá. Cada sacerdote, mesmo que tivesse algum defeito físico que lhe impedisse o desempenho dos deveres sacerdotais, podia comer “o pão do seu Deus, tanto no santíssimo como do santo” (Lv 21:22, 23). CBASD – Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 1, p. 801.
11-21 ofertas pacíficas (ARA; NVI: oferta de comunhão). Havia três tipos de ofertas pacíficas: 1) Ofertas de ações de graça, que eram feitas para relembrar com gratidão as misericórdias alcançadas; 2) As ofertas votivas [votos], promessas feitas no sentido de trazer uma oferta, se certa aspiração fosse atendida; 3) Ofertas voluntárias, que se distinguiam das votivas por não haver uma promessa anterior, e das de ações de graça, por não se referirem a alguma bênção específica alcançada. Bíblia Shedd.
Cristo oferece aos crentes, espiritualmente, a Sua própria carne para ser comida (Jo 6.54-58). Na carne e no sangue de Cristo, os crentes encontram vida eterna e têm comunhão com o Pai. Por meio dessa comunhão, os crentes são transformados cada vez mais na imagem de Cristo (2Co 3.18). Bíblia de Genebra.
12-15 Ofertas por gratidão eram apresentadas como agradecimento pelo livramento de enfermidades (Sl 116.17), da aflição (Sl 107.22) ou da morte (Sl 56.12), ou por uma bênção recebida. Bíblia de Estudo NVI Vida.
12 obreias (ARA; NVI: “pães finos”). Heb raqiq, um bolo de forma, feito de uma camada fina, 2.4; 8.26; Êx 29.2, 23; Nm 6.15, 19. bolos. Heb hallah, pães que se perfuravam em cima, na hora de assar. A palavra vem da palavra halal, “furar”. O seu peso era de 3,5 kg (duas dízimas de um efa, 24.5). Bíblia Shedd.
13 pão levedado (ARA; NVI: com fermento). Esse regulamento não contradizia a proibição em 2.11 ou em Êx 23.18, visto que a oferta aqui referida não era queimada no altar. Bíblia de Estudo NVI Vida.
A levedura (um resto de massa apodrecida), se usava comumente nas festas sociais, e era permitida nas ofertas de ações de graça, sendo que estas eram a expressão espontânea da dedicação de vidas que nunca eram totalmente isentas de pecados e males. Bíblia Shedd.
.14 de toda a oferta, trará um bolo. Um de cada tipo de obreia, bolo e pão era a porção dos sacerdotes. Bíblia Shedd.
Ou seja, um bolo dentre os dez que em geral eram trazidos. O bolo era dado ao sacerdote, que devia movê-lo diante do Senhor. Isso era feito levantando-se e abaixando-se diante do altar de ofertas queimadas ou movimentando-o para frente e para trás; desse modo, primeiro o bolo era apresentado ao Senhor e, então, dado ao sacerdote. CBASD, vol. 1, p. 801.
15 a carne do sacrifício … se comerá no dia de seu oferecimento. Essa ordem não teria sido dada sem uma boa razão. Promovia a higiene, encorajava o relacionamento social e a liberalidade para com o pobre. Das três razões, as medidas higiênicas eram as mais importantes. Em um país de clima quente era difícil conservar os alimentos perecíveis íntegros por qualquer período de tempo. … Se o ofertante tentava manter o alimento por mais de dois dias, a putrefação provavelmente ocorria. … [Se fosse] impossível ao ao próprio ofertante consumir a carne do animal em um ou dois dias, naturalmente ele convidava outros para partilhá-la consigo. Esta era a intenção de Deus (Dt 12:11, 12, 17, 18; 16:11). Assim, a ocasião, além de solene, era uma feliz reunião familiar (Sl 42:4; Is 30:29). A presença dos convidados levitas atribuía à reunião um toque de dignidade e provia oportunidade de instrução. As riquezas do mundo são distribuídas de forma desigual. Alguns têm menos do que precisam e outros têm mais. Deus ordena que os que têm partilhem com os que não têm. CBASD, vol. 1, p. 801.
A proibição aplicava-se também à Páscoa(Êx 12.10). Bíblia de Estudo NVI Vida.
… assim a generosidade, a caridade e o cuidado dos aflitos, fariam parte da festa, para completar uma verdadeira ceia sacrificial, de bom grado para Deus e para os homens. Bíblia Shedd.
16 voto. Pessoas em situação difícil poderiam fazer votos prometendo algo a Deus caso Ele atendesse às suas orações (Gn 28.20-22; 1Sm 1.11; 2.21). Normalmente, esses votos eram acompanhados por uma oferta pacífica no momento de serem feitos e, depois, novamente, ao serem atendidos. Bíblia de Genebra.
20 se alguma pessoa, tendo sobre si imundícia [ARA; NVI: estando impuro], comer a carne do sacrifício pacífico… Israelitas com impurezas rituais físicas (ver notas nos caps. 11-15) não podiam entrar em contato com coisas santas, porque esta impureza estava associada com morte, que resulta do pecado (Rm 6:23). O Deus santo é o Criador da vida e queria que o povo entendesse claramente que a morte é estranha a Ele e a tudo conectado a Ele. Muitas religiões aceitam a morte como natural.A Bíblia, contudo, ensina que a morte não é natural, malévola, e foi introduzida por um inimigo (Gn 3; Ap 12:9). Andrews Study Bible.
… será eliminado do seu povo. Esta punição, aplicada pelo próprio Deus, significa que a pessoa seria cortada de sua linhagem familiar [seria excluída da linhagem de sua família]. Isto podia significar que a linha de descendentes daquele indivíduo iria cessar [ser interrompida] de forma que a pessoa nem mesmo seria lembrada porque não haveria ninguém para levar o seu nome. O fato de que a punição iria além da morte explica como alguém poderia ser tanto apedrejado até a morte como “cortado” (Lv 20.2-3). O Messias sofreu a “segunda morte” de ser cortado (Dn 9:26), mas porque Ele é inocente e levou o pecado por outros, Ele retornou dos mortos de onde não há retorno e viu Seus descendentes (ver Is 53:10). Andrews Study Bible.
23 Não comereis gordura. Esta ordem repetida com frequência baseia-se na explicação de que “toda gordura é do Senhor” (Lv 3:16). A gordura de animais mortos naturalmente ou caçados por predadores poderia ser usada para outros propósitos, mas não como alimento (Lv 7:24). CBASD, vol. 1, p. 801.
26 Não comereis sangue. Esta expressão se refere ao ato de comer carne cujo sangue não foi drenado (1Sm 14.33). A razão dessa proibição é dada em 17.11 e Gn 9.4. Bíblia de Genebra.
Desde que o derramamento de sangue representava perda de vida (Gn 9.4), e que o sangue assim derramado era usado somente para a expiação, nunca se podia comer ou beber. Esta proibição se referia somente ao uso do sangue como alimento, e não deve ser considerada uma lei contra a transfusão de sangue, o que é uma operação médica para salvar vidas. Se queremos atribuir-lhe algum sentido espiritual, seria apenas o de ilustrar a santidade do sangue de Cristo, derramado em nosso favor para que tenhamos a plenitude da vida mediante Seu sacrifício supremo. Bíblia Shedd.
29 sacrifício pacífico. As ofertas pacíficas foram discutidas amplamente no capítulo 3. Aqui alguns detalhes são dados. CBASD, vol. 1, p. 801.
30-36 oferta movida. A parte da oferta que os sacerdotes moviam era deles. O movimento de ida e volta para o altar simbolizava a oferta do sacrifício a Deus e seu retorno aos sacerdotes. Estas ofertas ajudavam a manter o sacerdotes que cuidavam da casa de Deus. O Novo Testamento ensina que os ministros deveriam ser mantidos pelas pessoas a quem eles servem (1Co 9:10). Nós devemos dar generosamente àqueles que ministram por nós. Life Application Study Bible.
35 Esta é a porção de Arão … e de seus filhos. A ênfase no capítulo 7 é sobre a parte que pertencia aos sacerdotes. Deus ordenou uma provisão liberal para o Seu ministério e pretendia que cada israelita compreendesse a responsabilidade de mantê-lo. Isso mantinha o sacerdócio em elevada estima entre o povo. Muito do que era doado revertia aos sacerdotes. CBASD, vol. 1, p. 802.
37, 38. Resumo dos caps. de 1 a 7. Bíblia de Estudo NVI Vida.
37 A oferta da consagração se referia à oferta apresentada na cerimônia em que os sacerdotes foram introduzidos no cargo (8:22). Life Application Study Bible.
38 Deus deu a Seu povo muitos rituais e instruções a seguir. Todos os rituais em Levítico deveriam ensinar valiosas lições ao povo. Entretanto, com o passar do tempo o povo se tornou indiferente a estes riruais e começou a perder contato com Deus. Quando os rituais de sua igreja começarem a parecer secos, tente redescobrir o significado e propósito originais atrás deles. Seu louvor será revitalizado. Life Application Study Bible.
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