Inspire a igreja à ação!

Vó e neto unidos pelo ensino e servindo de exemplo para muitas boas iniciativas. (Foto: Reprodução Jornal Nacional) 

É uma história inspiradora e que trouxe comoção à imprensa do país neste período de noticiário tão sombrio. Moradora de Florianópolis, SC, Marlene Hinckel trabalhou na roça até os 25 anos, casou e teve filhos cedo, e por conta disso teve poucas oportunidades de aprender a ler e escrever. Está conseguindo agora, aos 63 anos, com a ajuda do neto, Eduardo, de seis anos. A transformação aconteceu depois que Marlene passou a acompanhar as aulas virtuais do neto, aluno do segundo ano do ensino fundamental de um dos colégios adventistas da capital catarinense.

A história inspira por vários motivos. Um é o esforço individual de Marlene, que já havia ingressado no EJA, programa federal de alfabetização de jovens e adultos, mas foi prejudicada pela interrupção das aulas com a pandemia. E, também, pelo exemplo de Eduardo, que ajudou a avó por meio da sua própria estrutura educacional, desafiada em um tempo de aulas remotas sendo a solução para a continuidade do ensino. Pela harmonia transgeracional desta empreitada, trazendo testemunho poderoso da capacidade transformadora que surge de uma diversidade assim.

Veja reportagem veiculada no Jornal Nacional sobre o assunto:



Reflexão essencial

E oferecendo para a igreja, também, uma reflexão essencial e uma chama extraordinária para a ação. Assim como Marlene, existem muitas pessoas no Brasil carentes de alfabetização. Por que não usar as estruturas digitais das igrejas como um canal de apoio à educação básica de adultos nas comunidades? Sei que não é um desafio fácil: para boa parte das igrejas, a transformação digital ainda é uma possibilidade distante. São muitas igrejas que estão sofrendo na pandemia com a condição de equipamentos, ferramentas digitais e capacitação para transmissão de seus cultos.

Mas existem igrejas já estabelecidas neste aspecto. Estas igrejas, com estrutura digital suficiente, poderiam servir por meio deste suporte para ajudar muitas pessoas – idosos especialmente – a descobrirem a capacidade de empoderamento da alfabetização, assim como aconteceu com Marlene.

Até então, ela fazia parte de 11 milhões de brasileiros que não sabem ler nem escrever. O Plano Nacional de Educação tinha a meta erradicar o analfabetismo até 2024. Mas com a suspensão das aulas presenciais, por causa da pandemia de Covid-19, a alfabetização foi prejudicada. E assim como as igrejas, as escolas que fazem parte do programa de Educação de Jovens e Adultos também sofrem com a precariedade digital no país. Dados da Comissão de Educação do Senado apontaram que 33% das escolas públicas têm internet. E a maioria dos alunos não possui computador com conexão de qualidade, segundo reportagem da Agência Senado.

Como a Igreja poderia ajudar a responder ao desafio do analfabetismo?

Identificando pessoas que precisam ser alfabetizadas, desde membros da igreja até pessoas da comunidade.

Estruturando um plano de trabalho voluntário de alfabetização, reunindo e envolvendo especialistas da área, educadores, pedagogos, professores.

Verificando a possibilidade de oferecer este serviço por meios digitais em grupos de ensino via plataforma Zoom ou outra de web conferência, criar grupos de alfabetização via WhatsApp para oferecer materiais e conteúdo para os estudantes, além de fazer o acompanhamento da evolução dos alunos.

Apresentando para os cadastros o programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma modalidade pública de ensino que passa por todos os níveis da Educação Básica do país e é destinada para jovens, adultos e idosos que abandonaram os estudos ou não tiveram acesso à educação na escola convencional na idade apropriada.

Fonte: https://noticias.adventistas.org/pt/coluna/heron-santana/o-neto-que-ajudou-a-avo-a-ler-pode-inspirar-a-igreja-a-acao/

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