Um pouco da Pessach (Páscoa Judaica)



Olá!

Muitos de nós cristãos somos descendentes de judeus, aqui me incluo neste grupo. Minha crença está além do judaísmo sou cristão e Adventista do Sétimo Dia. Na história dos judeus a páscoa (Pessach) é comemorada até hoje. Seu início remete ao antigo Israel quando este saiu do Egito. Mas como era, ou ainda é, a Pessach dos judeus? O que se mantém na tradição culinária desta época? 

Fique com um breve artigo retirado do instagram da Moria Center.

Pessach Sameach

Juan Heidrich


Artigo

A Páscoa é um feriado mencionado na Bíblia: "A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos...” (Êxodo 23:15). Matzót são "pães ázimos" ou "pães sem fermento". O Livro do Êxodo nos fala sobre a origem desses pães: "assaram o Matzah da massa que levaram do Egito, porque como foram expulsos do Egito, não tinham fermento…”

A Páscoa comemora a partida do Povo de Israel do cativeiro do Egito. A origem do nome da festa vem de um versículo que diz: "Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas". (Êxodo 12:27). "Passar” é pesaj em hebraico e pásja em aramaico, de onde deriva o termo Páscoa.


Durante os dias do Templo, o sacrifício do cordeiro pascal era realizado a partir do dia 14 de Nissan ao meio-dia. Ao entardecer, no início do dia 15 começava a ser consumido. Os membros da família costumavam ser convidados para contar as histórias do Êxodo, e comer o cordeiro juntos. Após a destruição do Templo, o judaísmo rabínico aboliu os sacrifícios, deixando apenas a refeição festiva à qual alguns elementos rituais foram adicionados.

Uma coleção de textos, que inclui versos da Torá e orações e citações rabínicas, serviram para criar o "Hagadá de Pesaj”, o livro que é lido na primeira noite da Páscoa.

A comida festiva tem origem na festa grega conhecida como "Simpósio", que vem do verbo grego “simpotein” e que significa "beber juntos". O Simpósio era um evento em que os homens se reuniam para discutir e comemorar vitórias em competições de atletismo ou poesia. Os participantes costumavam relaxar em sofás e consumir muita comida e vinho. O judaísmo viu no Simpósio um jantar de homens livres que podiam relaxar e comer sentados, ao contrário dos escravos que por angústia comiam com pressa e em pé.

Para realçar a experiência pascal, o judaísmo rabínico sugeriu a preparação de uma bandeja com alimentos que simbolizavam a história do Êxodo.

O que contém a “bandeja da Pesaj”?

Carpás: aipo. Uma verdura consumida no início do jantar, como aperitivo.

Zeróa: braço. Lembre-se de Deuteronômio (26:8), que conta como Deus conduziu o povo de Israel para fora do Egito "com mão forte e o braço estendido". Além disso, o braço é alusivo ao sacrifício pascal que foi consumido na noite do Êxodo.

Marór: ervas amargas. Elas simbolizam a amargura da escravidão no Egito. Eram comidas junto com o cordeiro pascal em um sanduíche de Matzá.

Jaroset. Em memória do barro com que os Filhos de Israel faziam tijolos nos dias da escravidão. Na raiz da palavra Jaroset estão escondidas as letras JRS que significam argila em hebraico. O Jaroset é uma pasta doce e marrom que contém tâmaras e maçãs.

A refeição pascal tem uma série de "sinais" que a organizam segundo uma ordem fixa. Desta "ordem" (em hebraico Sêder) vem o nome da primeira noite da Páscoa, "Noite do Sêder". Alguns dos quinze sinais são:

Kidush: primeiro sinal, a bênção do vinho. A primeira taça será seguida por mais quatro. Costuma-se preferir o vinho tinto porque evoca o sangue do cordeiro pascal com que foram marcadas as portas das casas no Egito.

Lavado. Lavam-se as mãos antes de comer o aperitivo.

Carpás: aipo. O costume é comê-lo após imersão em água salgada, em memória das lágrimas dos filhos de Israel.

Maguid: leitura. Parte central do ritual do Sêder, onde a história do Êxodo é contada. O
Maguid afirma que o êxodo do Egito "é o início da redenção do povo de Israel”.
Benção de agradecimento. No final da refeição e após a terceira taça de vinho, se agradece a comida que alimenta e toda a bondade com que Deus recompensa.

Taça de Elias. Especialmente nas comunidades asquenazes o costume é servir uma taça de vinho especial. Então, a porta da casa é aberta para mostrar que ainda se aguarda o profeta Elias, que virá anunciar a chegada do Messias filho de Davi.

Nirtzá: aceitação. No final do Hagadá várias canções são cantadas, sendo a última que diz, "Para o próximo ano em Jerusalém".
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