Por que 3 refeições?



Visto como a fermentação pode destruir até pouco mais de 80% dos nutrientes ingeridos, acontece que, mesmo pessoas que comem bem, podem ser mal nutridas. A pessoa pode comer cem unidades de nutrientes, dos quais apenas 20 se incorpora ao organismo, por que a fermentação se encarrega de destruir o restante.[1]

A Primeira Lei: Regularidade.

No trabalho, na escola ou no nosso viver diário tudo vai melhor quando seguimos a horários e cumprimos as tarefas a qual nos submetemos. Ao trabalhar temos horários para chegar, trabalhar e sair. Imagine que o corpo também funciona dessa forma. A regularidade consiste em obedecer ao Relógio da vida. Tendo Horários para comer, dormir e beber água estamos mantendo nosso corpo em constante Homeostasia que é Normalidade funcional orgânica, e o final disso resultará em Saúde. Muito se tem falado de comer bem, mas quantos dão a devida a importância nos horários de comer. Vejamos uma excelente exposição do Prof. Dr. Jean Alves Cabral sobre a lei da Regularidade:

Se quebramos os horários regulares das refeições, sobrecarregamos o organismo, por que o complexo digestório ainda não se desfez do alimento ingerido na refeição anterior e está sem força vital para um novo trabalho.[2]

Entendemos assim que nosso estômago tem um limite para se trabalhar e quando impomos demasiado trabalho para o mesmo trazemos sobre si enfermidades que são principalmente os desconfortos estomacais e intestinais. Eu tive uma experiência ao mudar meus horários das refeições, essa mudança me causou desconfortos pois meu corpo já estava acostumado em um ritmo Biológico, porém da maneira errada, quebrando as leis da alimentação. Fazia lanches entre as refeições e ingestão de alimento pesado depois das 21 horas. Quando resolvi mudar o corpo pedia o alimento no horário pelo qual ele estava acostumado, isso me exigiu sacrifício dos meus gostos e entendi que precisa ser perseverante até que o corpo se adaptasse ao Relógio Biológico da vida (Cronobiograma). Em mais ou menos 21 dias estava fazendo as 3 refeições, sem beliscar e não sentia fome entre as refeições. Isso aconteceu pois melhorei minha nutrição com cereais integrais, frutas e etc. Além disso melhorei minha mastigação e sempre buscando colocar em prática as 7 leis da alimentação. Quem não estiver determinado a fazer sacrifício em busca da saúde, deve estar preparado para encontrar a doença.

Vejamos mais uma citação sobre esse assunto com o Dr. Silmar Cristo:

Os efeitos negativos da superalimentação se fazem sentir no sistema nervoso central, principalmente o hábito de comer a cada duas ou três horas – Lambiscando o dia todo. Quando se ingere alimento toda a hora, o aparelho digestório fica obrigado a trabalhar sem intervalo.[3]

A seguir codireções do Dr. Durval Lima:

Entre uma refeição e outra, devemos observar um espaço de 5 ou 6 horas, sem coisa alguma. O certo é que, nesse intervalo, não se coma nem mesmo uma fruta, e muito menos se tome uma xícara de café, como é costume de muitos. Deve-se ter uma substancial refeição de manhã em lugar do pobre cafezinho com um pedaço de pão branco; outra substancial refeição ao meio-dia; e à noitinha uma ceia leve e saudável.[4]

O ideal é de 2-3 refeições ao dia para dar tempo ao corpo de executar suas funções no ciclo biológico. O motivo de não comer ou beliscar entre as refeições é o seguinte:

A frequência das refeições é uma série de fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade e doenças cardiovasculares, tendo sido demostrado uma associação negativa entre o número de refeições e o peso corporal. Uma frequência irregular de refeições perturba o Metabolismo energético, altera as concentrações de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), lipoproteínas de alta densidade (HDL), colesterol, triglicerídeos, aumenta a resistência à insulina e conduz a um maior período jejum, alterando o perfil lipídico dos indivíduos.[5]

Fica evidente pela ciência da cronobiologia que quanto mais se come mais prejuízos teremos a nossa saúde. O nosso corpo obedece a esses ritmos de uma maneira padrão. No estudo da cronobiologia há uma relação entre Alimentação e Sono, se comemos tarde da noite estaremos fazendo prolongado esforço digestório, pois o metabolismo já está de 20-30% de sua atuação. O ideal seria jantar algo leve até as 19 horas da noite, o jantar tardio e pesado prejudica a saúde e o sono. A seguir um texto que deixa isso de forma mais clara, ao falar de pessoas que trabalham e comem tarde da noite:

Estes indivíduos são um exemplo onde a normal sincronização entre o ciclo sono-vigília e alimentação estão alterados. Vários estudos têm associado esta classe de trabalhadores a doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e outros distúrbios metabólicos, apontando possíveis razões biológicas comportamentais para os referidos problemas de saúde.[6]-[7]

Percebemos o quão prejudicial é a saúde o comer tarde da noite e em horários irregulares. Já acompanhei diversas pessoas que sofriam de insônia e quando perguntava que horas elas comiam e o que comiam percebia que essa regra era quebrada, pessoas com o hábito de comer ao chegar do trabalho por volta das 20-22 horas, aliado a isso refeições pesadas com alimentos intoxicantes. Outro fator era a questão de acordar sem vontade de comer coisa alguma, ao comer frutas no jantar no máximo até as 19 horas durante alguns dias, essas pessoas já viam o efeito positivo, acordam com bom humor e com fome para fazer a refeição mais reforçada do dia que é o desjejum. Está cada vez mais evidente que o sono é restaurador e dependendo da qualidade do seu sono isso irá interferi em todo o seu dia. Pessoas que não tem regularidade no comer sofrem com distúrbios pois não há descanso para o mesmo. Em minhas palestras eu sempre pergunto “Se você quer descansar depois de um dia de trabalho ao chegar em casa, imagine o seu estômago na mesma situação? E sendo levado a trabalhar fora de hora para satisfazer seus gostos e desejos”.

Ainda sobre essa pauta vejamos a seguinte citação:

Os Horários das refeições bem como os ritmos biológicos do sono, da fome, saciedade e metabolismo estão alterados. Alimentação durante o período noturno causa alterações na motilidade intestinal, diminui o pH gástrico, diminui a saciedade e existe uma maior resistência à insulina comparativamente com a ingestão alimentar durante o período da manhã, estas alterações afetam a digestão e utilização de fármacos e nutrientes.[8]

As nossas refeições devem ser feitas a horas determinadas, bastando para adultos três.[9]

O seu corpo está obedecendo a um relógio e a horários determinados de funções. Por isso a necessidade de ir diminuindo quantidade de alimento nas refeições durante o dia. Sendo a principal o desjejum, com equilíbrio no almoço e a mais leve no jantar.

Do ponto de vista cronobiológico a espécie humana é diurna, o que explica em parte o fator dos trabalhadores noturnos apresentarem uma diminuição do apetite durante a noite, altura em que o organismo está programado para reposição, jejum e mobilização endógena de glicose.[10]-[11]

Fica claro pelo relógio Biológico que o corpo foi criado para fazer apenas duas - três refeições diárias. Sendo que a cada refeição deve-se diminuir a quantidade de comida uma vez que o corpo deve ser preparado para estar em repouso no  fim do dia. Há algumas variações de horários no cronobiograma Naturólogico para mudança do estilo de vida porém colocamos aqui um padrão que nos ajuda a ter um exemplo na prática de como me adaptar ao relógio da vida:

A regularidade nas refeições é essencial para a saúde, ter horários específicos para comer é de suma importância quando falamos de alimentação saudável. Isso foi provado pelo estudo da Cronobiologia, em que entende que o corpo segue a ritmos biológicos como um verdadeiro relógio. Vejamos a citação a seguir sobre esse assunto:

Muitos volvem costas à luz e ao conhecimento, e sacrificam o princípio ao paladar. Comem quando o organismo não carece de alimento, e a intervalos irregulares porque não têm força moral para resistir à inclinação. Em resultado rebela-se o abusado estômago e seguem-se sofrimentos. A regularidade no comer é muito importante para a saúde do corpo e a tranquilidade de espírito. Nunca deve um bocado de alimento atravessar os lábios entre as refeições. [12]

Quando estudamos fisiologia entendemos o corpo se esforça preparando enzimas específicas para digerir o alimento, quando comemos toda hora o corpo estará em constante trabalho com essas enzimas trazendo assim a doença por sobrecarga do trabalho do trato digestório. Mas isso já foi escrito a muito tempo:

Tomada a refeição regular, deve-se permitir ao estômago um descanso de cinco horas. Nenhuma partícula de alimento deve ser introduzida no estômago até a próxima refeição. Neste intervalo o estômago efetuará sua obra, estando então em condições de receber mais alimento. Em caso algum devem as refeições ser irregulares. Se faz o almoço uma ou duas horas antes do tempo usual, o estômago não está preparado para o novo encargo, pois não dispõe ainda o alimento tomado na refeição anterior, e não possui força vital para o novo trabalho. Assim é sobrecarregado o organismo. Tampouco devem as refeições ser retardadas uma ou duas horas, para se acomodarem às circunstâncias, ou para se poder terminar certa porção de trabalho. O estômago pede alimento na ocasião em que está acostumado a recebê-lo. Retardado este tempo, diminui a vitalidade do organismo, alcançando afinal um nível tão baixo que o apetite desaparece inteiramente. Se é tomado alimento então, o estômago acha-se incapaz de cuidar dele devidamente. O alimento não pode ser convertido em sangue bom. Se todos comessem em períodos regulares, não provando coisa alguma entre as refeições, estariam dispostos para suas refeições, encontrando no comer uma satisfação que lhes recompensaria o esforço.[13]

Número de Refeições:

O estômago precisa receber cuidadosa atenção. Não deve ser mantido em trabalho constante. Dai a esse maltratado e muito abusado órgão alguma paz, sossego e descanso. Depois de haver o estômago feito sua obra relativa a uma refeição, não abarroteis mais trabalho sobre ele antes de ter tido oportunidade de descansar e antes de ter sido pela natureza provido suficiente suprimento de suco gástrico para cuidar de mais alimento. Cinco horas, pelo menos, devem mediar entre uma e outra refeição, e tende sempre em mente que, se quisésseis fazer uma experiência veríeis que duas refeições são preferíveis a três.[14] 

Em 1884 houve uma advertência a desjejuns leves, hoje vemos o quão importante é fazer da primeira refeição a principal pois o corpo está com as condições vitais de processar aquele alimento com melhor qualidade:

É costume e norma da sociedade tomar um desjejum leve. Mas não é esta a melhor maneira de tratar o estômago. Na ocasião do desjejum o estômago está em melhores condições de cuidar de mais alimento do que na segunda ou terceira refeição do dia. O hábito de tomar um desjejum insuficiente e um lauto almoço é errado. Fazei vosso desjejum corresponder mais aproximadamente à refeição mais liberal do dia.[15] 

Como estudamos anteriormente o corpo ao final do dia precisa de descanso de uma refeição leve, isso é provado cientificamente pelo estudo da cronobiologia:

Para as pessoas de hábitos sedentários, as ceias tarde da noite são particularmente nocivas. Para essas as desordens criadas são geralmente o começo de doenças que findam na morte.

Em muitos casos a fraqueza que leva a desejar alimento é sentida porque os órgãos digestivos foram muito sobrecarregados durante o dia. Depois de digerir uma refeição, os órgãos que se empenharam nesse trabalho precisam de repouso. Pelo menos cinco ou seis horas devem entremear as refeições. [16]

Vejamos como o texto a seguir é atual apesar de ter sido escrito há muito tempo atrás:

Muitos condescendem com o pernicioso hábito de comer justamente antes de dormir. Podem ter tomado três refeições regulares; contudo, por ter uma sensação de desfalecimento, como se estivessem com fome, tomam um lanche, ou quarta refeição. Tendo condescendido com esta prática errada, tornou-se ela um hábito, e eles têm a impressão de não poderem dormir sem tomar um lanche justamente antes de se recolherem.[17

Relação de refeições tardias com  o sono:

Caso seja tomada uma terceira refeição, deve ela ser leve, e várias horas antes de ir para a cama. Porém, o pobre e cansado estômago protesta em vão de seu cansaço. É atulhado com mais alimento, que põe em movimento os órgãos digestivos, para de novo executar a mesma rotina de trabalho, através das horas do repouso. O sono dessas pessoas é em geral perturbado com sonhos desagradáveis, e de manhã despertam indispostas. Há uma sensação de fraqueza e falta de apetite. O organismo inteiro sente falta de energia.[18]

Texto extraído do TCC do Curso de Naturologia Clínica. Faculdade ISCECAP. Com a abordagem “Educação Alimentar em Ellen White”.

Prof. Carlos Henrique

Naturólogo Clínico- FACULDADE ISCECAP

Especialista em Trofoterapia (Educação Alimentar)

Palestrante de Saúde e atua com Consultas  e Cursos Online e Presencial

Influenciador da Saúde em Redes sociais (Youtube, Facebook, Telegram, WhatsApp, Instagram)

Você pode me econtrar nas redes sociais com o nome de “Carlos Naturólogo”

Contato para palestras e consultas: carlosnaturologo77@gmail.com

Site: carlosnaturologo.com


[1] LIMA, Durval Stockler de. “Nutrição Orientada e os Remédios da Natureza”. Casa Publicadora Brasileira pág. 49.

[2] CABRAL. Jean. Educação Alimentar pág. 89.

[3] CRISTO. Silmar. Saúde e Longevidade em 12 passos. Pág. 72

[4] LIMA, Durval Stockler de. “Nutrição Orientada e os Remédios da Natureza” pág. 49.

[5] Ekmekcioglu C, Touitou Y. Aspectos cronobiológicos da ingestão e metabolismo de alimentos e relevância no balanço energético e regulação do peso. Obes Ver. 2010.
[6] Ellingsen T, Bener A, Gehani AA. Estudo do turno de trabalho e risco de eventos coronarianos. JR Soc Promot Health. 2007; 127 (6): 265-7
[7] Zapka JM, Lemon SC, Magner RP, Hale J. comportamentos de estilo de vida e peso entre os enfermeiros hospitalares. J Gerente de enfermagem. 2009; 17 (7): 853-60. 2760042

 [8] Lowden A, Moreno C, Holmback U, Lennernas M, Tucker P, Alimentação e turnos de trabalho - efeitos sobre hábitos, metabolismo e desempenho. Scand J Work Envirion Health. 2010; 36 (2): 150-62

[9] ACHARÁN, Manuel Lezaeta. A Medicina Natural ao alcance de todos. Editora Hemus. Pág. 23.

[10] Lowden A, Holmback U, akerstedt T, Forslund J, Lennernas M. Time of day type of food – relation to mood and hunger during 24 hours of constant conditions. J Hum Ergol (Tokyo). 2001; 30 (1-2): 381-6

[11] Attia M, Mustafa MK Khogai M, Mahmoud NA, Arar El. Otimização dos planos de trabalho noturno e de turnos entre policiais no Kuwait: uma experiência de campo. Int Arh Occup Envirion Health. 1985; 56 (2): 81-90

[12] Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 180, 181. Ellen G. White. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP

[13] Idem. 179

[14] Conselhos Sobre o Regime Alimentar. Pág. 173.

[15] Idem. 173

[16] A Ciência do Bom Viver, pág. 304

[18] A Ciência do Bom Viver, pág. 174

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