Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim. Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança. Lamentações 3:20, 21
O cativeiro babilônico é um dos mais dramáticos períodos da história judaica. Em 586 a.C., na terceira invasão babilônica, prenderam o rei, mataram seus filhos à sua vista, cegaram-no e o levaram a Babilônia. Depois, o exército invadiu Jerusalém, derrubou seus muros, e calcula-se que cerca de 20 mil pessoas foram levadas de Judá.
Em Babilônia, os cativos, em geral da classe dirigente, serviam de mão de obra de qualidade e simbolizavam a quebra da resistência moral e política dos vencidos. Após a seleção, os rapazes eram castrados.
Naquela época haviam sobrado apenas ruínas do reino de Judá. Alguns pobres perambulavam por Jerusalém sem nenhuma liderança. O exílio durou 70 anos. Nesse contexto calamitoso, Jeremias, uma testemunha, escreveu o livro de Lamentações. Suas cinco poesias foram criadas ou adaptadas para serem recitadas no 9o dia de Abe (agosto). Nesse dia, jejuavam e lamentavam o desastre babilônico.
O terceiro poema, uma lamentação individual com uma figura masculina personificando o povo ou a cidade, usa metáforas expressando aflição: envelhecimento da carne e dos ossos, ossos quebrados, habitação na escuridão, prisão por muros e correntes, blocos de pedra no caminho, ser despedaçado por um urso e um leão, alvo de flechas, objeto de riso e zombaria, ervas amargas e fel, pedrinhas nos dentes, etc.
Nossa mente capta o mundo externo por meio dos órgãos dos sentidos, passando informações e registrando-as na memória de curto e longo prazo. Quando enfrentamos um problema, vasculhamos a mente procurando alguma solução.
O pensamento não pode ser deletado, mas substituído. A memória traz à tona coisas que podem nos paralisar; mas também outras que podem trazer motivação e confiança. Jeremias concluiu que a solução diante da aflição era alimentar a mente com esperança.
Você se sente presa ao cativeiro de uma doença, um relacionamento difícil, um vício, uma dor existencial? Abasteça seu arquivo mental com a leitura da Bíblia e traga à memória que há um Deus intensamente interessado em você, que deseja restaurá-la à Sua imagem e semelhança, preparando-lhe um lar onde não haverá mais cativeiros, lutas, dores e lágrimas.