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A História que nos Trouxe Até Aqui

A História que nos Trouxe Até Aqui

Texto base: Salmo 119:105 “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.”

Quando o estudo da Bíblia se tornou um movimento

Há algo maravilhoso em celebrar aniversários. Eles nos fazem olhar para trás, lembrar de onde viemos e agradecer a Deus pelo caminho percorrido. Hoje é o aniversário da Escola Sabatina — e, mais do que um simples programa semanal, ela é parte essencial da nossa história, da nossa fé e da nossa missão.

A Escola Sabatina é o coração da igreja. É nela que a Palavra é estudada, a comunhão é fortalecida e a missão é sustentada. Quando ela está viva, a igreja pulsa. Quando ela enfraquece, o corpo espiritual adoece.

Mas você já se perguntou como tudo isso começou?

De onde veio essa ideia de se reunir todos os sábados para estudar a Bíblia?

Por que essa estrutura espiritual é tão importante para nós, adventistas do sétimo dia?

Hoje vamos voltar no tempo, viajar pela história e redescobrir por que a Escola Sabatina é, de fato, o coração que faz a igreja viver.

Ellen G. White escreveu:

“A Escola Sabatina é um dos maiores instrumentos que o Senhor tem para manter o espírito missionário e o amor à verdade.”(Testemunhos para a Igreja, vol. 5, p. 390)

1. A História que nos Trouxe Até Aqui

1.1. O sonho que começou antes do adventismo

Tudo começou no século dezoito, na Inglaterra. Um homem chamado Robert Raikes, movido pela compaixão, começou a reunir crianças pobres aos domingos para ensiná-las a ler usando a Bíblia.

Era uma época em que a maioria das crianças trabalhava durante a semana e não tinha acesso à educação. Aquelas simples reuniões ficaram conhecidas como “escolas dominicais”, e rapidamente se espalharam.

Raikes jamais imaginou que estava lançando as bases de algo que, décadas depois, se tornaria um movimento global.

Quando o movimento adventista começou a se formar, por volta de 1844, alguns pioneiros perceberam que essa ideia de reunir pessoas para estudar a Bíblia era profundamente bíblica.

Mas havia uma diferença: eles guardavam o sábado, não o domingo.

E mais importante, queriam não apenas ensinar leitura, mas ensinar salvação.

1.2. A primeira Escola Sabatina adventista

Foi assim que, em 1853, na cidade de Rochester, Nova York, surgiu a primeira Escola Sabatina Adventista.

Ela foi organizada por Tiago White e Guilherme Farrel, dois homens cheios do Espírito Santo e apaixonados pela Palavra.

Não havia revista, nem lição impressa, nem materiais modernos — apenas a Bíblia, alguns hinos e o desejo ardente de aprender juntos.

Aquele pequeno grupo se reunia nas manhãs de sábado para estudar as profecias, compartilhar experiências e orar pelos amigos. Era algo simples, mas profundamente espiritual.

E assim começou um movimento.

A cada novo trimestre, eles se reuniam para escolher temas, preparar perguntas e estudar a Bíblia com seriedade.

Logo outras igrejas começaram a imitar o modelo, e em poucos anos, a Escola Sabatina se espalhou por vários estados dos Estados Unidos.

O propósito era claro:

1. Ensinar a Palavra de Deus. 2. Fortalecer a comunhão entre os irmãos. 3. Sustentar a missão da igreja.

Três pilares que até hoje definem o coração da Escola Sabatina.

1.3. O nascimento das lições e o avanço missionário

Em 1863, quando a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi oficialmente organizada, a Escola Sabatina já era parte da estrutura espiritual da denominação.

Mas faltava algo: unidade no estudo. Cada grupo estudava temas diferentes, e havia necessidade de padronizar o ensino.

Foi então que Tiago White, esposo de Ellen G. White, começou a publicar lições manuscritas em pequenos periódicos.

Essas lições eram simples — perguntas e respostas baseadas na Bíblia.

Mas logo se tornaram o coração do movimento educativo da igreja.

Na década de 1870, surgiram as primeiras revistas de lição, impressas pela editora Review and Herald.

Agora, em qualquer parte do mundo, os adventistas podiam estudar o mesmo tema, na mesma semana, com o mesmo propósito.

E nasceu também um hábito que atravessou os séculos: as ofertas missionárias da Escola Sabatina.

Com o passar dos anos, a Escola Sabatina se tornou a maior força missionária organizada da Igreja Adventista.

Enquanto os cultos pregavam o evangelho, as Escolas Sabatinas o viviam, arrecadando fundos, formando professores, sustentando missionários e abrindo igrejas.

1.4. A chegada ao Brasil

A mensagem adventista chegou ao Brasil através dos imigrantes europeus, especialmente os de origem alemã.

Um desses pioneiros foi Guilherme Belz, que, junto com sua família, começou a guardar o sábado em Gaspar Alto, Santa Catarina, por volta de 1890.

Logo eles organizaram uma pequena reunião de estudo da Bíblia — a primeira Escola Sabatina em terras brasileiras.

Não havia templo, nem cadeiras, nem hinários. O que havia era fé.

Com uma Bíblia em alemão e o desejo de aprender, aquelas famílias se reuniam todos os sábados, e ali nascia o coração da igreja no Brasil.

Em 1895, essa Escola Sabatina já estava formalmente organizada.

No ano seguinte, surgiram novas Escolas Sabatinas em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

E à medida que o evangelho avançava, a Escola Sabatina crescia junto.

Quando a União Sul Brasileira foi estabelecida em 1902, ela reconheceu oficialmente a Escola Sabatina como o principal instrumento de crescimento espiritual e missionário da igreja no país.

Ellen G. White, que acompanhava com alegria o avanço da obra no Brasil, escreveu:

“O campo é vasto, e a colheita é grande. Que nossas Escolas Sabatinas despertem para o dever de sustentar a obra missionária.”(Review and Herald, 1909)

Foi através das Escolas Sabatinas que o evangelho adventista se consolidou em nosso território.

Elas foram os primeiros centros de fé, as primeiras salas de ensino bíblico e as primeiras redes de comunhão entre irmãos de diferentes regiões.

2. O Coração da Igreja Hoje

Compreender a história é importante, mas ainda mais essencial é entender por que a Escola Sabatina continua sendo vital para a igreja atual.

Vamos olhar para quatro características que fazem dela o coração pulsante da nossa fé.

2.1. Lugar de ensino da Palavra

A Escola Sabatina é a escola da Bíblia.

Não é um programa, é uma sala de aula espiritual.

Cada sábado, o povo de Deus se reúne para estudar a mesma Palavra, guiado pelo mesmo Espírito.

Jesus disse:

“Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.” (João 5:39)

Quando abrimos a lição, não estamos lendo por ler. Estamos ouvindo Deus falar.

É ali que o jovem aprende doutrina, o novo convertido encontra fundamento e o membro antigo renova a fé.

A Escola Sabatina forma discípulos bíblicos — homens e mulheres que sabem em quem têm crido.

Ellen G. White declarou:

“É o propósito de Deus que a Escola Sabatina seja um instrumento para levar as pessoas ao conhecimento das Escrituras e para que nelas encontrem a salvação.”(Conselhos Sobre a Escola Sabatina, p. 67)

Cada classe, portanto, é um espaço sagrado.

E cada professor, um instrumento de Deus para alimentar corações famintos de verdade.

2.2. Ambiente de comunhão

O coração não trabalha sozinho — ele precisa de circulação.

Assim também, a igreja não vive sem comunhão.

A Escola Sabatina é o lugar da proximidade, onde deixamos de ser multidão e nos tornamos família.

Em Atos 2:42, lemos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.”

É na classe da Escola Sabatina que compartilhamos experiências, testemunhos e pedidos de oração.

É ali que um visitante se sente acolhido, que um membro ferido encontra consolo, e que irmãos distantes voltam a se aproximar.

Ellen G. White escreveu:

“A Escola Sabatina deve ser um lugar de amor, fé e ajuda mútua — um reflexo do próprio céu.”(Conselhos Sobre a Escola Sabatina, p. 43)

Quantos corações abatidos já foram curados em uma classe!

Quantas amizades nasceram ali!

Quantas lágrimas se transformaram em sorrisos porque alguém estendeu a mão e disse: “Estamos orando por você.”

Esse é o calor do coração da igreja: a comunhão.

2.3. Motor da missão

Desde o início, a Escola Sabatina não apenas ensinou, mas enviou.

Foi através dela que as primeiras ofertas missionárias surgiram.

Cada sábado, o povo de Deus aprendia a Palavra e contribuía para que outros também a conhecessem.

Marcos 16:15 nos lembra:

“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.”

A Escola Sabatina é a resposta prática a esse chamado.

Ela sustenta missionários, constrói igrejas, abre escolas, envia Bíblias.

E mais do que isso — desperta em cada membro o desejo de ser missionário onde está.

Ellen G. White escreveu:

“Quando as Escolas Sabatinas despertarem para a obra que têm diante de si, serão instrumentos poderosos para a salvação de almas.”(Testimonies, vol. 5, p. 390)

As ofertas da Escola Sabatina já financiaram missões em mais de 200 países.

Elas ajudam hospitais, universidades, orfanatos e centros de influência.

Mas o maior fruto da missão é o coração transformado de quem participa.

Quem estuda a Bíblia, ama. E quem ama, serve.

2.4. Termômetro da vida espiritual da igreja

Ela é o termômetro da vida espiritual.

Há uma frase que diz: “Quer saber como está a saúde de uma igreja? Veja como está a Escola Sabatina.”

Se as classes estão cheias, a igreja está viva.

Se estão vazias, o coração espiritual está enfraquecendo.

Salmo 119:11 diz:

“Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti.”

Uma Escola Sabatina vibrante é uma igreja cheia de vida.

Porque quando a Palavra é estudada, a fé é alimentada;

quando a comunhão é vivida, o amor floresce;

e quando a missão é cumprida, o céu se alegra.

Conclusão – Que o coração volte a bater forte

A Escola Sabatina é mais do que um programa antigo.

Ela é a herança viva dos nossos pioneiros, a chama que manteve a igreja acesa, o coração que pulsa há mais de 170 anos.

Pense nisso:

Homens e mulheres que viviam em tempos difíceis se reuniam com Bíblias gastas, sem microfones, sem conforto, mas com fé.

Eles sabiam que estavam construindo algo eterno.

E nós somos o resultado desse coração que nunca parou de bater.

Hoje, Deus nos chama a continuar essa batida.

A renovar o compromisso com o estudo da lição, com a comunhão nas classes e com a missão mundial.

Não deixemos o coração da igreja enfraquecer por falta de estudo, de amor ou de engajamento.

Se a Escola Sabatina é o coração da igreja, você é o batimento.

Sem você, algo fica faltando.

Apelo – O chamado para reacender o coração

Talvez, ao longo dos anos, o estudo diário da lição tenha ficado esquecido.

Talvez você tenha se afastado da Escola Sabatina, ou tenha deixado de ver nela o valor que tem.

Mas hoje o Espírito Santo está chamando você de volta.

Voltar à Escola Sabatina é voltar à Palavra.

E voltar à Palavra é voltar para Deus.

Hoje, o convite é simples:

Reacenda o coração da igreja dentro de você.

Volte a estudar, a participar, a contribuir, a se envolver.

Faça parte desse movimento que começou em 1853 e que continuará até a eternidade.

E quando Jesus voltar, a maior celebração será o reencontro de todas as “classes” — de todos os tempos, de todos os povos — reunidas na maior Escola Sabatina do universo.

Oração final (apenas modelo)

Senhor nosso Deus,

Hoje, com o coração cheio de gratidão, celebramos o aniversário da Escola Sabatina — esse coração que tem mantido viva a Tua igreja.

Obrigado pelos pioneiros que começaram esse movimento, pelos professores que se dedicam semana após semana, e pelos alunos que mantêm viva a chama do estudo da Tua Palavra.

Renova em nós o desejo de Te buscar, de viver em comunhão e de cumprir a missão que deixaste.

Que a Escola Sabatina continue sendo o coração da Tua igreja até o dia em que estudaremos Contigo na eternidade.

Em nome de Jesus, o Mestre da Palavra, oramos.

Amém.