Dica de Leitura | As Duas Faces do Ministério


À medida que o movimento adventista do sétimo dia caminhava em direção a seu estabelecimento como denominação, seus líderes foram levados a desenvolver uma estrutura organizacional efetiva, visando ao cumprimento da missão. Isso os motivou a aprofundar sua compreensão sobre dois ­ofícios apresentados no Novo Testamento: o apostolado e o ancionato (ver At 15:22).

Seguindo essa estrutura de liderança eclesiástica, os pioneiros adventistas confiaram especialmente a pastores e anciãos a responsabilidade de conduzir a igreja na pregação das três mensagens angélicas. No entanto, alguns estudiosos como Pieter G. Damsteegt e Russell Burrill têm notado que, de certa maneira, houve um distanciamento entre o ideal bíblico e a prática contemporânea.

Essa constatação instigante desperta a busca por um melhor entendimento de como pastores e ­anciãos atuavam nos primórdios do adventismo e como isso impulsionaria o engajamento dos membros com a missão da igreja. Conhecer melhor a história denominacional nos ajuda a refletir sobre as práticas presentes e a conduzir a igreja ao aperfeiçoamento de suas atividades, tendo sempre a Palavra de Deus como bússola e guia.

Veja também: https://www.mundoadventista.com.br/2021/03/as-duas-faces-do-ministerio.html

Longe de ser um retorno descontextualizado às práticas dos pioneiros, o livro As Duas Faces do Ministério (CPB, 2020, 112 páginas) procura apresentar como esses homens e essas mulheres comprometidos com a missão articulavam três elementos importantes: a compreensão bíblica, as necessidades cotidianas da igreja e as orientações de Ellen White acerca do assunto, em diálogo com a maneira pela qual a liderança do movimento compreendia essas instruções entre 1844 e 1915.

Na obra, o pastor Wellington Barbosa, doutor em Ministério, discute três pontos: (1) como Ellen White definia a missão da igreja; (2) como a denominação e Ellen White definiam o papel do pastor e do ancião no cumprimento da missão; e (3) como esses dois ofícios deveriam se unir ao cumprir a missão adventista. O livro é uma adaptação da dissertação de mestrado do autor, mas a linguagem é objetiva e leve.

O resultado é a apresentação de um conceito integrado do ministério de pastores e anciãos. Nesse modelo, propõe-se um novo equilíbrio entre pastoreio e expansão missionária, abertura de novos campos e capacitação de líderes.

Reconhecendo a importância do ancionato, este texto é mais uma homenagem a esses valorosos líderes, já que em 19 de junho a Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul celebra o Dia do Ancião. Parabéns a todos os que se dedicam a pastorear o rebanho de Deus e a abreviar a vinda do Supremo Pastor!

TRECHO

“O ancião foi visto como o líder local da congregação desde cedo na história do adventismo. No decorrer do tempo, suas atribuições foram expandidas e aperfeiçoadas, mas jamais negadas. Esperava-se dele que pastoreasse e supervisionasse a igreja com a autoridade derivada das Escrituras Sagradas. Num processo sinérgico com o ‘ancião itinerante’, o ancião local deveria conduzir a congregação em direção ao cumprimento da singular missão adventista” (p. 95).

ANDRÉ VASCONCELOS é pastor e editor na CPB

Fonte: https://www.revistaadventista.com.br/da-redacao/destaques/modelos-de-lideranca/

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